Como Agir em Caso de Emergência

Normalmente não sabemos como se comportar em situações de emergência quando ocorre acidente de trânsito com vítimas. Por isso preparamos um pequeno manual que poderá ajudá-lo a agir nas emergências mais frequentes.

Em acidente automobilístico, os traumas mais comuns ocorrem na cabeça e no pescoço (região cervical). Quanto menos se manipular o paciente melhor e a recomendação é levar a vítima o mais rápido possível para um pronto socorro ou hospital, seguindo alguns procedimentos básicos.

É importante verificar se não há nenhum objeto estranho na boca do acidentado, como dentes quebrados, dentaduras, ou aparelhos. Se houver, retire para liberar a respiração. No caso de parada respiratória, faça uma respiração boca-a-boca. Tampe o nariz da vítima, cole a sua boca na dela, como um beijo, e sopre. Em crianças o sopro não pode ser exagerado, pois há o risco do excesso de ar romper os pulmões. Além disso, recomenda-se soprar pelo nariz.

Se houver parada cardíaca, posicione a pessoa de barriga para cima e inicie a massagem cardíaca que deve ser feita no osso esterno, localizado no meio do tórax, acima do estômago. Sua mão deve ser posicionada na metade inferior (isto é, entre a metade e a base) do osso. Abra suas mãos e coloque uma sobre a outra. Para isso, utilize somente a palma, mantendo os dedos esticados para cima. Em crianças pequenas, ao contrário, use apenas os dedos.

Meça a força de acordo com o tamanho da vítima. Aperte o tórax da vítima, pressionando seu coração, e solte em seguida. Mantenha o ritmo de uma compressão por segundo. Os braços esticados ajuda a colocar a pressão na massagem.

Durante esse processo uma outra pessoa deverá aplicar a respiração boca-a-boca, firmando a cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado para esticar o pescoço. Assim, enquanto um enche os pulmões de ar soprando adequadamente, o outro pressiona o peito em intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater. Caso você esteja sozinho faça dois sopros para cada dez pressões no coração; se houver alguém ajudando, faça um sopro para cada cinco pressões.
É importante que a cada parada para fazer a respiração boca-a-boca, seja verificado se o pulso voltou. Para sentir a pulsação, coloque as pontas dos dedos indicador e médio na virilha ou no pescoço da vítima, ao lado da traquéia.

Para um transporte seguro da vítima é importante ser cauteloso, para evitar que o estado da vítima piore ou o ferimento se agrave. Antes de remover um paciente esteja certo de que seu estado em geral está bom, como não apresentar hemorragia, algum membro quebrado ou estar em estado de choque, etc. Outra observação importante é detectar se houve fraturas no pescoço e nas costas, pois nesse caso o melhor é evitar mover a pessoa.

Se for necessário puxá-la a um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento com o auxílio de um casaco ou cobertor. Já para erguê-la é necessário que você e mais duas ou três pessoas apoiem todo o corpo e coloque a vítima numa tábua ou maca. Caso seja necessário, improvise com pedaços de madeira, amarrando cobertores ou paletós. A cabeça deve sempre estar apoiada para impedir que caia para trás.

No veículo, mantenha a coluna do acidentado o mais reta possível, nem que seja preciso dobrar os membros. Mantenha a cabeça virada para o lado, de modo a evitar o engasgamento, caso a vítima vomite.
QUEIMADURA

Existem diferentes graus de lesões, uma mesma pessoa pode apresentar, ao mesmo tempo, queimaduras de terceiro, segundo e primeiro graus, e cada uma pede um socorro específico. Porém em todos os casos é proibido passar gelo, manteiga, pasta de dente, pomadas, ovo, óleo de cozinha ou qualquer coisa que não seja água fria no local. Também não se deve estourar bolhas, retirar a pele morta, apertar o ferimento, ou tentar retirar a roupa colada à pele queimada.

Quando se tratar de queimadura de 1º grau, que atinge apenas a epiderme ( camada mais superficial da pele), e 2º grau, onde a epiderme e derme são atingidas e há liberação de líquidos e a dor é intensa, é recomendável usar muita água para resfriar o local. Deve-se fazer com água corrente, um recipiente com água fria ou compressas úmidas. Não usar gelo. Depois de uns cinco minutos, quando a vítima estiver sentindo menos dor, seque o local, sem esfregar e faça um curativo com uma compressa limpa, sem apertar o local.

Em casos de queimadura de primeiro grau - e apenas nesse caso - é permitido e recomendável beber bastante água e tomar um remédio que combata a dor.

Já as queimaduras de 3º grau são sempre consideradas graves pois atingem todas as camadas da pele e pode chegar aos músculos e ossos. A aparência deste tipo de ferimento é escura (carbonizada) ou esbranquiçada. Nesses casos é necessário retirar acessórios e roupas, porque a área afetada vai inchar. Porém se a roupa estiver colada à área queimada, não deve ser mexida. Além disso, é importante resfriar o local através de compressas úmidas. Não usar gelo.

Atenção:
- A pessoa com queimadura de terceiro grau pode não reclamar de dor e, por isso, se machucar ainda mais.
- Se a queimadura tiver atingido grande parte do corpo, tenha o cuidado de manter a vítima aquecida.
- Faça um curativo com uma compressa limpa, sem apertar a lesão. Em feridas em mãos e pés, evite fazer o curativo você mesmo, porque os dedos podem grudar um nos outros. Espere a chegada ao hospital.
- Não ofereça medicamentos, alimentos ou água, pois a vítima pode precisar tomar anestesia e, para isso, deve estar em jejum.
- Remova a vítima ao hospital pois pode estar tendo dificuldades para respirar.

CONVULSÕES
São muitos os motivos que podem provocar uma convulsão. Neste momento o importante é manter a calma, afastar a pessoa de qualquer objeto que possa machucá-lo, tentar proteger a cabeça, afrouxar as roupas e levá-la para um pronto-socorro. No caso de rigidez da musculatura bucal, não tente colocar a mão na boca da pessoa, procure apenas liberar a língua abrindo ligeiramente a mandíbula.

Mantenha a pessoa deitada de lado para que a saliva não se acumule na cavidade oral ou, se ocorrer vômito, para que este não a sufoque. Deite-a de preferência no chão ou numa superfície macia e proteja-a de traumas, mas evite restringir seus movimentos. É importante registrar a duração aproximada da crise e assim que os abalos musculares cessarem verificar se a vítima esta respirando sem dificuldades.

Além disso, não se deve fazer nenhuma manobra de reanimação cardio-respiratória como respiração boca-a-boca ou massagem cardíaca e nem oferecer medicação ou líquidos até que a pessoa esteja desperta.

ENGASGAMENTOS
A rapidez e a iniciativa de retirar o objeto que está obstruindo a respiração são fundamentais. Porém deve-se observar se a vítima respira com ou sem dificuldades. No caso da pessoa engasgar e continuar respirando sem dificuldades, espera-a tossir, já que a pressão do ar pode expulsar o objeto para fora. Através de tapas, que devem ser dados no alto das costas, o objeto também pode ser expelido.

Outra ação que pode contribuir é colocar-se por trás, juntar as mãos entre a cintura e fim das costelas do engasgado e aplicar pressão rápida e seguidamente. Virar a pessoa de cabeça para baixo pode piorar o engasgo, especialmente se ocorrer vômito.

Já se a pessoa engasgou e não consegue respirar provavelmente o objeto está obstruindo a passagem de ar e consequentemente ela irá ficar roxa. Se for pontiagudo, não se deve fazer nada: apenas procurar socorro médico imediato. Em outro caso, a solução é provocar o vômito, forçando com isso a saída do objeto. Porém, se não funcionar, procure socorro médico imediato.

Caso a dificuldade de respirar resulte em desmaio, tente a respiração boca-a-boca, que pode forçar a movimentação do objeto e permitir que o ar volte a circular.

DECEPAMENTOS E CORTES PROFUNDOS
Em situações como estas, a melhor técnica para estancar o sangue é pressionando a região afetada. Você pode fazer isto com um gaze sem uso. O importante é não exagerar, diminuindo a força de cinco em cinco minutos para não cortar totalmente a circulação. Nunca use açúcar, café e outras substâncias, apesar de estancarem o sangue, podem levar infecções secundárias. Se houver decepamento parcial de alguma parte do corpo, procure colocá-la no posição original, fazendo uma atadura. A musculação resiste até dez minutos sem oxigênio. No caso de decepamento total, os médicos recomendam recolher a parte decepada e trasportá-la junto com paciente.

FERIMENTO NOS OLHOS
Jamais use instrumentos pontiagudos para tirar objetos estranhos dos olhos. Lave-os com soro fisiológico ou água para hidratá-los e cubra-os com gaze limpa antes de levar a vítima para o médico. Caso o hospital seja próximo, evite dar analgésico, pois os medicamentos podem mascarar sintomas. No caso de queda do globo ocular, tente recolocá-lo na posição normal, sem forçar. Aplique soro, tampe com gaze e conduza a pessoa ao médico.